claudemir pereira

Com ou sem coronavírus, à direita e à esquerda, opções tomam forma

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Contatos são discretos. A ideia é não chamar a atenção para não descurar do principal: o combate ao coronavírus. Mas há, sim, muitas reuniões políticas acontecendo. 

Assim é que, neste sábado encerra-se, oficialmente, o prazo em duas situações: para os que desejam sair de partido sem perder mandato e aos que precisam se desincompatibilizar de cargo público (secretário de município, por exemplo) para concorrer. Obviamente, que essas questões foram tratadas. E por todos os partidos minimamente relevantes.

Dito isto, retome-se o fio. Sim, há encontros. Conchavos. Alinhavos. E até alianças firmadas, mesmo com grande antecedência. Por exemplo: há quem garanta estar fechada a coligação PP/MDB, com Sérgio Cechin e Francisco Harrisson. Em política, afirmações desse tipo existem, mas há quem as considere prematuras. Bueno...

De outra parte, apoios são buscados. Tome-se o PSL, "queridão" do lado direito. Nesta sexta, estaria na cidade o presidente estadual, Nereu Crispim. Afora questões internas, papearia com dois pré-candidatos que buscam a chancela do ex-partido presidencial. No caso, Jorge Pozzobom e Sérgio Cechin.

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Difícil, de todo modo, é considerar fechado o quadro a três meses das convenções. No encanto, fortes indícios já existem, especialmente se confirmada a união PP/MDB.

Um é que o voto de centro-direita (mais conservador) será disputado por dois grupos fortes, representados por Pozzobom e o PSDB, provavelmente com a adesão do DEM e outros partidos menores, e Cechin e o PP com Harrisson e o MDB outrora centro-esquerdista. Um terceiro grupo pode ser colocado aqui, com o Republicanos de Jader Maretoli. Mas não se sabe exatamente seu tamanho, embora a excelente votação dele em 2016.

No outro "corner" eleitoral, há a indefinição do PSB, que tanto pode ir para um lado quanto outro. De resto, parece evidente que o eleitorado de centro-esquerda tem duas opções nítidas, ainda que com apoios mais à direita ou à esquerda do que gostariam os puristas.

O pedetista Marcelo Bisogno amealha à esquerda, com o PC do B, ou nem tanto, com o PTB. Mas foi buscar no outro lado a chancela de PROS e Avante. Por força do dominante PDT, a aliança é posta ideologicamente à esquerda.

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Por fim, o voto canhoto terá à disposição o vereador Luciano Guerra, do PT, o maior partido da cidade em número de militantes filiados e que terá, também ele, muito provavelmente, um anexo à direita, com a eventual (certa?) aliança com o PSD, que pode ser tudo, menos esquerda.

Em tempo: partidos aqui esquecidos, como PL e Cidadania, de Evandro de Barros Behr, para ficar em dois exemplos, não são desimportantes. Mas no pleito deste ano serão satélites. E se engajarão noutras propostas. Ou, quem sabe, se enquadrarão como "outsiders". Fora do páreo? Claro que não. Mas sua luta tende a ser inglória diante dos graúdos.

A AMBIÇÃO DO CORTEJADO PSL
A decisão, claro, apenas em julho - quando das convenções partidárias. Mas o fato é que o Partido Social Liberal, por conta da hospedagem que concedeu ao então candidato Jair Bolsonaro, virou graúdo. E por $ingela razão. Junto com o PT, foi a sigla que mais elegeu deputados federais.

Resultado: tem o mais fornido cofre do fundo eleitoral. E espaço gordinho na propaganda no rádio e na TV. Assim, virou paixão de partidos de centro e direita (por afinidade), doidos por uma beliscada nesse $uperdiferencial.

Vai daí que em Santa Maria, além de encontrar mais facilmente candidatos a vereador, encantados com a possibilidade de ter campanha financiada mais facilmente, é assediado quase na beira do grude, por siglas que querem ter no PSL um aliado.

Neste momento, segundo fonte muito bem situada no staff pesselista, pelo menos dois se destacam na busca pelo apoio do ex-partido presidencial. Jorge Pozzobom e Sérgio Cechin, diretamente ou por qualificados emissários, não cansam de declarar apreço.

Certo mesmo, por enquanto, no PSL é que não terá nomes (nem a vice) à prefeitura. Mas pretende propor lista completa à Câmara, para "eleger de dois a três vereadores". E só.

SE CECHIN SUBSTITUIR POZZOBOM, FICARÁ INELEGÍVEL? EIS A QUESTÃO!
Leitor questionou o escriba: Sérgio Cechin, vice-prefeito, para concorrer a prefeito, não teria que se desincompatibilizar? A resposta é não. Segundo a legislação, ele pode continuar no cargo.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Germano Rorato (Arquivo Diário)/

No entanto, tem-se, a partir de agora e até o pleito, situação singular e polêmica. Qual? Cechin não pode substituir Jorge Pozzobom nos impedimentos, de acordo com o Art. 1º, § 2°, da Lei Complementar 64/90 (das Inelegibilidades). Nessa hipótese, também o presidente da Câmara, Adelar Vargas, está impedido de assumir.

No governo Valdeci Oliveira, houve semelhante situação, resolvida pela assunção ao cargo do então Secretário Geral de Governo, Ivo Cassol, numa da ausências do prefeito. Agora, por analogia, numa eventual necessidade, assumiria o Chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez.

O condicional aqui faz sentido por que, na busca de resposta ao leitor, o colunista encontrou vários entendimentos jurídicos, inclusive em decisões do TSE, no sentido contrário. Que Cechin pode. Mas ensejaria, imagina-se, uma possível batalha judicial. Que tal?

LUNETA

SUBSÍDIO
Até dias atrás, o grande atrativo político do PSL era ser o partido do presidente. Desde que Jair Bolsonaro se mandou e tentou (sem sucesso, para essa eleição) criar o Aliança, os pesselistas contam com o bojudo fundo eleitoral para bancar candidaturas mais fortes de uma nominata fornida para a Câmara. A ponto de a agremiação sonhar com bancada de dois, quem sabe até três edis. Para isso, teria que fazer 20 mil votos. Haja subsídio.

DESERÇÕES
Com a saída de Deili Silva do PTB, dá-se como certo também uma desidratação (em níveis ainda não mensurados) dos apoiadores internos da candidatura de Marcelo Bisogno, o aliado petebista na disputa para a prefeitura. As deserções imaginadas não necessariamente acompanharão a escolha da vereadora, mas podem cair no colo da chapa a ser liderada por Sérgio Cechin, segundo fontes ligadas ao entorno do pepista.

PLANO B
Dá-se como certo que o DEM seguirá com Jorge Pozzobom, na eleição de outubro. Outra dúvida que não existe: se o candidato a vice for demista, este será Rodrigo Menna Barreto. Mas atenção: há quem aposte que o nome a coadjuvar o tucano seja o do secretário Ewerton Falk (foto), que concorreu em 2016 na dobradinha com Marcelo Bisogno, do PDT. Ele teria até este sábado para se filiar ao PSDB ou outra sigla aliada.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Germano Rorato (Arquivo Diário)

COTOVELADAS
Os últimos dias foram de intenso agito nos bastidores, com partidos buscando desesperadamente adesões capazes de melhorar sua nominata à Camara. Um dos buscados, diz-se por pelo menos quatro partidos, foi o radialista Tony Oliveira, da Rádio Medianeira. Ele deverá concorrer pelo MDB, pelo qual está filiado há um bom tempo, em ficha abonada pelo deputado federal Giovani Feltes.

PARA FECHAR!
Não é demasiado lembrar que a legislação eleitoral prevê prazos diferentes para desincompatibilização, conforme o cargo buscado nas urnas. Assim é, para ficar num exemplo que pode significar alguma coisa mais adiante em Santa Maria, secretários de município têm até 4 de junho para deixar a função, se forem concorrer a prefeito ou vice. Entendido?

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